Cerveja na veia

A bebida e o roqueiro

Todo bom ouvinte de música tem uma bebida preferida pra acompanhar as viagens. Para "incrementar" as viagens pode soar mais sujestivo. Alguns fãs de Heavy Metal curtem beber uma boa vodca ouvindo suas guitarras pesadas. Já amantes do blues preferem bebericar seus whiskeys enquanto ouvem os mestres dedilharem seus violões. Para os refinados que adoram um jazz, nada melhor do que um vinho importado. As possibilidades são infinitas, mas o verdadeiro consenso é: cerveja e rock and roll tem tudo a ver. Pra comemorar brindando, uma dos Velhas Virgens que defende justamente nossa amada loura. É do primeiro disco deles, "Foi bom pra você?", de 1995. Segue a letra:




Cerveja na Veia
(Carvalho)

Não adianta chamar que eu não vou
Não adianta chamar que eu não vou
Não adianta chamar que eu não vou
Não adianta chamar que eu não vou
Estou no colo do rock'n'roll
Não adianta chamar que eu não vou

Você pode gritar
Você pode chorar
Você pode até tentar me bater
Eu não vou desistir
Eu não vou nem sentir
Eu não quero parar de beber

Não adianta chamar que eu não vou
Estou no colo do rock'n'roll

Não adianta chamar que eu não vou
Não adianta chamar que eu não vou
Não adianta chamar que eu não vou
Não adianta chamar que eu não vou
Estou no colo do rock'n'roll

Eu não quero ir a festas
Eu não quero teatro
E não quero cinema também
Só quero churrasco
E cerveja na veia
E tudo isso é aqui mesmo que tem

Não adianta chamar que eu não vou
Estou no colo do rock'n'roll

Não adianta chamar que eu não vou
Não adianta chamar que eu não vou
Não adianta chamar que eu não vou
Não adianta chamar que eu não vou
Estou no colo do rock'n'roll

Eu não vou tomar banho
Nem fazer a barba
É assim mesmo que eu quero ficar
De camisa rasgada
E de calça furada
Bebendo cachaça no bar

Não adianta chamar que eu não vou
Estou no colo do rock'n'roll

Vamos à andança...

Essa canção começa com uma gaita invocada, tocada pelo também vocalista Paulão de Carvalho. A gaita acelerada dá todo tom que a música seguirá: rápida, engraçada e bem trabalhada. Na instrumentação destacam-se o baixo, a bateria e o piano fazendo um riffzinho ligeiro e agradável. Nos vocais, Paulo também acelera, juntamente com o cantor Eduardo Araújo (ex-Jovem Guarda) num dueto inusitado e muito engraçado que repete frenético: "Não adianta chamar que eu não vou, estou no colo do rock and roll!". O refrão é simples, as estrofes também, mas trazem rimas bem boladas que te fazem imediatamente imaginar a situação na qual os narradores se encontram: bebendo no bar sem querer ir embora. Como bons bebedores, eles não querem ninguém tentando separá-los de seus amigos em formato de copo americano: "Você pode gritar, você pode chorar, você pode até tentar me bater. Eu não vou desistir, eu não vou nem sentir, eu não quero parar de beber" já emendando o agora grudendo: "Não adianta chamar que eu não vou". Logo após o refrão a instrumentação dá uma abaixada e a gaita se sobressai soltando seu riff violento. É uma canção sensacional, feita pra ser ouvida justamente quando você está bebendo aquela cerveja com os amigos - ou ao menos quando gostaria de estar. A estrofe mais divertida fica pro final, quando Paulo e Eduardo meio que encarnam os beberrões nos versos rápidos alternados: "Não vou tomar banho nem fazer a barba, é assim mesmo que eu quero ficar. De camisa rasgada, de calça furada bebendo cachaça no bar". Entregue ao colo do rock and roll também. Abra sua gelada e coloque um som pra ouvir. Nem sempre é possível ir pro bar, isso é fato. Mas com os Velhas Virgens esse universo descontraído, refrescante e animado está sempre à um play de distância ;)

PS: Aprecie cerveja com moderação.

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Aprecie a música sem moderação. Escute:

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